Estive/estou doente.
Tudo começou ontem quando ia na rua a passear o cão a minha madrinha e alguns cheiros deixaram-me sinceramente muito enjoada e agoniada.
Não foi preciso muito para cerca de 10 minutos depois (o tempo de deixar o cão em casa da minha madrinha e voltar para a minha) começar a sentir-me bastante indisposta.
Calores, náuseas, o coração a bater muito depressa (tanto que, até para respirar tinha de o fazer pausadamente).
Subi as escadas de casa muito a custo, tirei o casaco que parecia estar a apertar todo o meu corpo e deitei-me.
Aninhei-me como não me aninhava desde o mês de Outubro e de Novembro. Esta posição sempre me ajudara a controlar o mal estar, não me perguntem porquê, mas ajudava.
Estava mesmo muito enjoada, estava cheia de suores e ao mesmo tempo sentia o corpo a tremer.
Não demorou muito até que a minha mãe viesse ao meu quarto (quando cheguei não cumprimentei ninguém, não acendi nenhuma luz) e me disse-se: "Que se passa Ana Rita??" (quando fico doente a minha mãe trata-me pelos dois nomes, vá se lá saber porquê), " O que aconteceu?" perguntou-me.
Eu expliquei o que sentia, que tinha sido um mal estar de um momento para o outro e que estava de facto mesmo muito enjoada.
A minha mãe apressou-se, foi fazer-me chá e pronto. Depois da segunda caneca levantei-me a custo da cama, dei dois passos em frente e começei a vomitar até os olhos se encherem de lágrimas de tanta violência e de tanta aflição. Depois senti-me bem. As náuseas, os suores, o calor, os enjoos, tinham desaparecido tal como tinham aparecido, do nada.
Ainda assim fiquei debilitada, não quis jantar (não fosse o Diabo tecê-las) e fui novamente deitar-me, mas os suores voltaram novamente, bem como as náuseas, o calor, e os enjoos, outra vez os enjoos.
Estive até às 4horas da manhã a vomitar...mesmo sem comida no organismo qualquer gole de água ou de chá despotelava em mim vómitos violentos que pareciam arrancar-me o ar do peito e me enchiam os olhos de lágrimas.
"Estás tão pálida Ana Rita..." foi o que ouvi mais vezes a minha mãe dizer.
Todo este episódio foi tão violento corporalmente que para além dos vómitos fiquei com quase 39 graus de febre (e não podia tomar nada porque não conseguia ingerir nada sem minutos a seguir vomitar tudo).
Hoje às 8horas da manhã, telefonei para a linha saúde 24 e fui "atendida" telefonicamente.
O enfermeiro/assistente foi muito simpático. Começou por me avisar que todas as perguntas que me colocasse seriam para a conclusão do diagnóstico, eu consenti, e a primeira pergunta que me colocou foi a seguinte: "Ana Rita, há alguma possibilidade de estar grávida?", - NÃO! NÃO HÁ...respondi atordoada, mas ele insistiu "Tem a certeza?", - ABSOLUTA!, voltei a responder.
Fizeram-me outras perguntas, muitas perguntas e no final, depois de me recomendar um tratamento caseirinho e de me dizer para aguentar a febre (e as dores musculares!) mais duas horas antes de tomar um simples benuron, o enfermeiro/assistente recomendou-me uma série de alimentos a evitar nos próximos dias (no geral é tudo o que seja doce, frito,e à base de leite) e recomendou em especial o seguinte "Evite cafeína e bebidas alcoólicas".
À parte de achar que eu poderia estar grávida e à parte de achar que eu seria burra ao ponto de ingerir álcool com as dores que tinha e com a noite que passei, o enfermeiro foi muito simpático.
Ah, sabem o que é que eu tenho?
É (muito) simples, foi a minha vesícula biliar que entrou em saturamento, fez uma limpeza geral de uma vez só, o que a impediu de fazer o que é a sua função, ou seja, não digeriu as gorduras nem neutralizou os ácidos da comida/ alimentos que ingeri durante o dia.
Motivo?
Muito provavelmente a laranja que comi da madrugada de sábado para domingo seguido de um copo de leite gelado. Como costuma dizer a minha mãe "a laranja de manhã é de ouro, de tarde é de prata, e à noite MATA". Tão cedo não me esqueço disto.
Agora só espero estar recuperada amanhã porque tenho um exame na 5f e preciso de ir à faculdade e preciso de estudar sem estar com um balde ao lado para possíveis eventualidades.