Tiveram um dia cansativo? Tiveram um dia triste? Então deixem-se ficar por este post que logo se vão rir.
Ontem deitei-me eram 3 horinhas da matina e muito convencida que não ia adiar o despertador, lá o marquei para as 9h e 10m da manhã com aulas às 10h e meia.
Eu só tinha de tomar banho, escolher o que ia vestir, meter os livros na carteira, beber uma caneca de leite, lavar os dentes, abrir as janelas, apanhar o 200, entrar na faculdade, imprimir o trabalho e ir para a sala de aula às 10h e meia da manhã.
Bem, o meu despertador tocou porque eu lembro-me de o desligar. Depois disso, só me lembro de ouvir o telemóvel vibrar com os sms e de serem já 9h e 45m. Pulei da cama, disse mal de mim durante alguns segundos e fui fazer xixi. Depois seguiu-se o banho e a parte mais complicada: escolher a toilet. (que, só por acaso, era bonita como seria de esperar vindo de alguém tão in e perfeitinha como eu).
Depois fui beber a minha caneca de leite, enfiar um iogurte na carteira, agarrar nos livros, acertar as repas uma última vez, ligar o mp4 e sair de casa.
Ora tudo muito bem, faltavam 3minutos para o 200 chegar à paragem (eram entretanto 10h e 37m) e bastava ir ligeirinha por Sá da Bandeira para o apanhar ( isto de viver na baixa tem estas vantagens de ter os transportes à porta de casa literalmente). Não é que vou a descer as escadas e sai me disparado o cão da minha vizinha, que me segue ao longo das escadas. "Vai-te embora, sobe as escadas!" gritei-lhe enquanto abria a porta da rua. O bicho, mesmo com o meu jogo de pernas, finta-me e sai em direcção à rua. Atirei-me ao chão para o apanhar. Se o bicho fugia eu nunca mais ia ter uma noite de sossego na minha vida. Lá o agarrei, e consegui esgueirar-me pela porta e sair para a rua. "M-E-R-D-A vou perder o 200"; comecei a acelerar o passo o quanto me era possível, porque hoje trazia as minhas sandálias novas de 7cm de cunha (não é possível correr até porque elas são um poucxinho pesadas). Ia a chegar à esquina e passa o 200 a alta velocidade em direcção à paragem. "MERDA!" Decidi ir apanhar o metro até à Casa da Música, de lá apanhava um autocarro para a faculdade, só precisava de um bocadinho de sorte. Cheguei à paragem do Bolhão, validei o passe e desci até à linha do metro. Passei por uma barreira de picas que já tinha sob a sua alçada três ou quatro sujeitos. Quando chego à linha vejo - Tempo de espera 6minutos. "O QUÊ?" Voltei a olhar incrédula e reparei que estava na linha errada e o meu metro estava a passar mesmo do outro lado. Toca a subir as escadas do metro e trocar de linha. Volto a passar pelos picas e agora já eram 10h e 50m, por isso, ignorei os 7cm e marchei para as escadas rolantes até que me agarram.
Voltei me para trás, pronta para pedir satisfações para me agarrarem pelo braço. Era o pica. Tirei os phones e ouvi-o a pedir-me a custo, como se tivesse vindo a correr atrás de mim "O seu andante por favor". Arregalei os olhos, e estendi-lhe o passe enquanto dizia "Enganei-me na linha...". Estranhamente quem corou foi ele, talvez por ter duvidado de mim. Estendeu-me o passe e desejou-me boa viagem.
"Óptimo" pensei, não faltava mais nada para continuar tudo a correr tão bem. Depois de apanhar o metro e sair na Casa da Música, subi as escadas e vejo ao longe o 204 a arrancar. Corro, ou não corro? Com este azar, a correr com sandálias de 7cm bem que me estilhaço aqui redonda no chão. Olhei p'ro relógio. Eram 11horas, a minha aula tinha começado à meia hora e eu ainda tinha de ir imprimir o meu trabalho. What the hell, comecei a correr e... apanhei o 204. O autocarro foi quase directo até à faculdade. Quando cheguei à reprografia, inacreditavelmente não havia nenhuma fila de espera. Foi só pôr a pen no computador e fazer o pedido de impressão. Cheguei à sala de aula ainda não eram bem 11h e 15m.
Estas coisas só a mim.
(A meio da tarde ainda tive dois azeiteiros nos seus 13 anos de estupidez a fazerem-se a mim. Se fosse preciso, as minhas sandálias de 7cm iam conhecer a boca de um deles, possivelmente do que ia parado a olhar para mim com um ar muito badalhoco se é que me faço entender).
Senhores dos filmes, dos livros, e dos teatros, se quiserem usar estas peripécias da minha vida, não se esqueçam de pagar os direitos de autor.
E cá estão elas, lindas e maravilhosas,
as minhas sandálias que hoje andaram comigo.