quinta-feira, março 25, 2010

Quotidiano

Hoje eu tinha de ir à minha aula de Cultura e Literatura Norte-Americana acontecesse o que acontecesse (eu já não ia há três aulas a esta cadeira). Claro que fui consciente do meu destino.
Eu não li os textos, eu não li as fotocópias, eu não li os livros e não valia a pena mentir porque a Castilho descobre quem leu e quem não leu, por isso cortei logo o mal pela raiz e levantei o braço quando ela perguntou «Alguém não leu os textos?».
- "Fez mal em não ter lido", advertiu-me a Castilho (sim, eu sei que fiz mal, mas eu nem sabia em que texto estávamos). A minha confissão deu um fruto. Durante duas horas, a Castilho não olhou uma única vez para mim, à espera que lhe desse uma resposta brilhante sobre os puritanos, ou sobre o sonho da América.
Estar duas horas livre dos olhares fulminantes daquela mulher é um alívio, e só quem tem aulas com a Castilho percebe o que eu quero dizer. Para ela, nenhuma resposta é perfeita, nenhuma informação é suficiente, nenhum aluno é um BOM aluno universitário. Há sempre qualquer coisa, qualquer aspecto que não está bem.
É muito frustrante, por muito que uma pessoa explique o que leu, por muitas palavras bonitas e caras que se use, há sempre uma coisinha que não fica bem para a Castilho.
Só quem tem aulas com ela sabe o medo que ela e as cadeiras que ela lecciona são aterradoras (toda a gente tem a sensação de que vai reprovar e vai ficar com a cadeira ad eternum por fazer). Novidade, há sempre muita gente que reprova, muita gente que leu os textos, as fotocópias e os livros.
Para remediar o meu desleixo, fui à repografia e trouxe tudo o que estava em atraso, que foram cerca de 10 euros em fotocópias, visto que um livro foi fotocopiado na íntegra (vejam lá a quantidade de textos que ela exige que se leia, eu só faltei a três aulas!).
Já na outra aula de Literatura Americana Pós Romance 1945, está o anfiteatro cheio (com cerca de cinquenta pessoas), o professor, ao falar de umas das personagens do Song of Solomon, Pilates, diz que o nome faz referência a Pilatos, a figura grego-latina, e acrescenta: " Não vou mencionar o nome em feminino para não entrarmos em palavras perigosas", ao que eu, ao imaginar o feminino da palavra (seria Pilotas) larguei uma gargalhada muito mas muito sonora, pelo que todo o anfiteatro pôs os olhos em mim. Pior?... Pior fui eu que não consegui parar de me rir. Tive de abafar literalmente a boca para me controlar. O que vale é que o professor é um fixe, e gosta de lançar piadas durantes as aulas.
Hoje, ainda tive um rapaz ajoelhado aos meus pés a dizer que estava loucamente apaixonado por mim e que não podia viver sem mim." - Dra Rita, estô apaixonado por você, deixe-me fazer-lhe uma declaração de amor digna da sua beleza".
É tão ridículo, mas sabe bem.
Agora vou-me, hoje há jantar de meninas e eu já estou atrasada.

3 comentários:

  1. Eu tenho aulas com a Castilho agora no mestrado e imagina o medo de sermos só 6 pessoas perto dela :s O Carlinhos, ai o Carlinhos é um fofo :D

    <3

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  2. Eu gosto da Castilho.:P
    É uma das melhores professoras daquela faculdade, a sério. Quando chegares ao final do curso vais perceber. :P

    ***

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  3. Ai a vida de faculdade--' nem sempre( quase nunca) conseguimos ler o q os adoraveis profs nos mandam lol
    ^^

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