segunda-feira, janeiro 23, 2012
Vou-te escrever uma carta de amor:
sábado, outubro 09, 2010
Cartas sem Destinatário II
Não sei quando chegas, por isso, não posso reservar a mesa, mas não tem mal.
Estou certa que, quando chegares, haverá uma vela pronta por acender e a mesa, a que dá para a rua mas que se isola do resto do restaurante, estará livre à nossa espera.
Encontrei o restaurante perfeito para te levar, meu querido. Agora, só basta que chegues.
domingo, agosto 01, 2010
«Cartas sem destinatário»
Onde é que tu estás?
Procuro-te sem saber onde. Procuro-te nas centenas de caras de desconhecidos que passam por mim. Procuro-te sem te conhecer.
Onde é que tu andas?
Alongo trajectos e itinerários na esperança de nos cruzarmos, ou de, pelo menos, de me cruzar contigo. Tu não precisas de me ver, eu é que tenho de te ver a ti.
Onde é que tu paras?
Parei em festivais, em cidades que não eram a minha, em cafés que não eram os meus, em ruas que não me pertenciam, em autocarros que não me levavam a casa. Parei sob o sol escaldante, parei no nevoeiro que a manhã trazia. Parei em concertos improvisados, parei em verdes, mas tu não estavas lá. Não estavas nos festivais, não estavas nas cidades por onde passei, não estavas nos cafés, nem nas ruas, nem nos autocarros que, por não me levarem a casa, te levariam a ti. Não paraste sob o sol escaldante, deves ter preferido a sombra de uma árvore. Não paraste no nevoeiro que as manhãs têm trazido, deves ter ficado em casa. Não paraste em concertos improvisados, não paraste nos verdes porque deves ter avançado enquanto estava vermelho.
Procuro-te para te encontrar, mas se não te encontro é porque te procuro.
Parece-me, meu amor, que também terás de parar à minha procura. Se pararmos os dois enquanto os outros se movem será bem mais fácil.
Até lá, vou continuar a apanhar os autocarros que não me levam a casa, vou ficar o número de horas máximo possível na rua.
Vou continuar a comprar as roupas nas tuas cores favoritas, até descobrir quais são.