O meu dentista é meu primo. Sinceramente, julgo que ele não o sabe, e julga que a pura semelhança entre nomes é pura coincidência ou bom gosto.
Nos quase dois anos de consultas mensais, vejo-o quase sempre já de máscara, de luvas, pronto a trabalhar e a construir um sorriso.
Na passada sexta-feira, o meu dentista chegou atrasado. Rompeu pelo consultório e balbuciou-me qualquer justificação sobre o trânsito para o centro do Porto. Eu não ouvi nada na verdade. Perdi-me no seu olhar. Avaliei as suas feições, notei a sua cor de pele mais escura, e revi o meu pai.
Em poucos segundos, a saudade inundou-me o coração e lembrou-me de tudo aquilo o que não pudemos viver.
Tenho mais saudades do meu pai do que as que imaginava ter.
um abraço apertado*
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