Algarve 2010

No Algarve não se encontra escrito "casa" ou "moradia". No Algarve é tudo "lote".
Eu, que por estas paragens do Norte só conhecia "lote" associado ao peixe, fiquei surpreendida.
Os algarvios arrastam as palavras, sabe se lá bem porquê. É uma verdadeira prova de contenção falar com um algarvio sem nos rirmos do que ele diz.
E confirma-se o que pré-considerei. O Algarve é só praia. É todo um turismo que se envolve na instância balnear, por isso, tudo o que seja relacionado com praia ou verão, desde as refeições, ao vestuário, aos souveniers, é exageradamente caro. Chegamos a pagar quase dois euros por uma lata de refrigerante, e nem sequer estamos numa esplanada ou num bar.
Outro exploramento são as estações de serviço. Pães com fiambre a custarem dois euros e sessenta e garrafas de água de 33cl a um euro e meio quase é um absurdo. Não me admirava nada que a próxima vez que pare numa me peçam para pagar o uso do w.c.
Valem os subsídios de férias, que enquanto existirem, servem para pagar estes exploramentos ao consumidor.

Fiz muita praia. Andei de gaivota com escorrega, fui puxada por uma lancha,
fui a uma festa da espuma, dormitei de noite na praia, vi o céu estrelado, cantei no karaoke,
mergulhei como não mergulho no Porto, nadei como não nado no Porto,
estive em praias privadas, e vi com os meus próprios olhos
o porquê dos estrangeiros gostarem tanto do Algarve.

Psst Psst: Alguma alma caridosa que me relembre o quanto eu odeio viajar de camioneta, porque, nesta viagem lembrei-me mesmo do quanto o odeio.