Se faz favor, vire-se

Há uns tempos, finalmente disseram-me que tinha uma altura boa para mulher.
Não consigo precisar exactamente quando porque agora não tenho a precisão do tempo. Não me apercebo, nem me dou conta que os dias passam, que a semana muda, que o mês chega ao meio ou ao fim.
Perdi totalmente a precisão do tempo e da sua passagem.
O que eu ainda não perdi foi a precisão e a noção do dinheiro (não, isso ninguém me leva).
Estou a falar nisto porque, vejam lá, a minha melhor amiga e mais duas almas que por acaso até são meus amigos, querem que eu vá a uma "feira/exposição" de sexo cuja entrada são quinze euros!
Olha q'esta! Quinze euros! (se ainda fossem cinco euros eu considerava).
Não sei como é que eles ponderam dar quinze euros para ir a uma "feira/exposição" de sexo, e também não sei como é que se lembraram daquilo nem o que esperam ver por lá.

Amanhã tenho o exame de literatura e cultura inglesa (melhoria de nota lembram-se?) mas sinceramente não estou minimamente para aí virada. O problema é este. Eu não sei para onde é que ando virada, não sei para onde hei-de me virar, nem sequer sei se estou virada para me virar para o lado certo.
Não se trata dele.
Não se trata do tempo nem de eu não ter noção dele.
Trata-se de mim, que estou a ser engolida por ventos que não conheço e trata-se do festival de anormais que teima em desfilar à minha frente.