sábado, julho 10, 2010

Sempre que se ouve o Fado

Eu gosto muito do nosso país.
Gosto das gentes que vivem nas terras lusitanas. Gentes da terra, da coragem, da audácia, do acolhimento.
Gosto da nossa comida. Colorida, variada, que enche os pratos e que é servida por mais de um acompanhamento (porque come-se arroz com batatas). Gosto de dizer que sou do país do Fado. Gosto do tempo que cá faz. Gosto que a minha voz fumegue com o frio no Natal e gosto de morrer de calor no pico do Verão. Gosto da nossa língua e de esta ser considerada das mais difíceis de aprender devido ao leque vocabular e há extensa flexão verbal e nominal existentes.
E orgulho-me da nossa história, dos nossos escritores, dos nossos cineastas, dos nossos músicos, e até de algumas das politiquices que se vão fazendo (como a igualdade e liberdade de escolha dos parceiros sexuais).
Filha de portugueses, neta de portugueses, bisneta de portugueses, sobrinha de portugueses, prima de portugueses, vizinha de portugueses, tenho todos os motivos e mais algum para querer acabar os meus dias numa quinta p'ro Douro a olhar pelo mirante para o horizonte como já fiz aos 16, aos 17 e aos 18 anos de idade.
Todos os motivos e mais algum são os que eu tenho mas a verdade é que se o meu Biscoito não existisse, eu já não estaria a ouvir fados nem os pregões das peixeiras.
Estava sim em qualquer parte da Europa a fazer Erasmus, longe do zé povinho e mergulhada noutra cultura e noutras gentes.
Eu gosto muito do meu país e de tudo o que ele tem de bom e de mau, como uma mãe que ama os seus filhos pelos seus defeitos e virtudes, mas se eu pudesse, metia o Biscoito numa cesta, despedia-me com um até já da minha mãe, do meu Zé, e da Salomé, e mudava-me.
Porque há uns tempos para cá, eu já não me sinto por aqui.

3 comentários:

  1. Mentirosa! Tu nao gostas do teu país! Recusas-te a passar férias em Portugal (menos no Algarve)! xD

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  2. Já somos dois a pensar da mesma forma. A diferença é que tenho ascendência latino-americana e, talvez por isso, seja para lá que desejo ir. Já não falta muito tempo.

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  3. O facto de não andar a ver monumentos não invalida tudo o que gosto no nosso pais como disse aqui no post, ze.

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